Conjurar um patrono estava sendo, sem dúvida, a tarefa mais difícil desde que haviam iniciado as aulas ministradas por Harry da Armada de Dumbledore, Rony estava tentando se concentrar, pensar em algo realmente feliz, mas não estava tendo sucesso.
Suspirou infeliz, deixando sua varinha pender ao lado do corpo, mas ao olhar em volta percebeu que seus colegas não se encontravam em uma situação muito melhor que a sua. Nem mesmo Hermione havia conseguido conjurar um patrono corpóreo, embora algumas luzes prateadas já pudessem ser vistas irrompendo da ponta da varinha dela.
Rony não tinha a menor dúvida de que ela seria a primeira a conjurar um patrono. Afinal, além de ser a aluna mais brilhante de Hogwarts, Hermione era determinada e nunca desistia. Olhou mais uma vez para a amiga, dando-se conta do quanto tinha orgulho dela. Sorriu para si mesmo, no entanto, seu sorriu desapareceu rapidamente. Hermione era infinitamente especial, teria um futuro brilhante ao lado de algum grande bruxo. Esse pensamento causou uma inquietação desagradável em seu peito.
Ela parecia realmente concentrada, e Rony continuou a olhando, desviando o olhar apenas quando percebeu Harry vindo em sua direção.
- Vamos lá Rony, pense em algo feliz. – disse Harry se aproximando, vendo o amigo distraído e distante.
- Estou tentando. – o ruivo parecia realmente irritado e insatisfeito consigo mesmo. E ouvir alguém lhe dizendo para se esforçar mais o deixou ainda mais frustrado.
- Tudo bem cara, esse feitiço é realmente difícil, você sabe que levei alguns meses para conseguir executar um patrono corpóreo, e isso que estava sendo ensinado pelo professor Lupim - consolou Harry, percebendo o descontentamento do amigo.
- Pare de pensar em comida Roniquinho, isso não será suficiente para produzir um patrono.
- Cala boca, Jorge. – disse Rony irritado, fuzilando o irmão com os olhos.
- Ah cala boca vocês dois, eu preciso me concentrar. – esbravejou se afastando dos irmãos.
Fez mais algumas tentativas, falhando miseravelmente em todas, escutou alguns gritinhos eufóricos, eram Gina e Luna, maneou a cabeça para o lado e viu uma lontra prateada irromper da varinha de Hermione, ela se virou graciosamente para acompanhar o percurso do seu patrono e sorriu de uma forma tão encantadora que Rony sentiu algo estranho aquecer seu peito.
Por que ultimamente Hermione parecia hipnotizá-lo? O que em nome de Merlin estava acontecendo com ele? Já não bastava ter passado suas férias inteiras ansiando pelo momento de revê-la, agora ela roubava sua atenção com uma freqüência, a qual considerava, no mínimo, absurda!
- Ei, Rony, está tudo bem? – Harry olhava para ele parecendo intrigado e curioso. Rony não se dera conta, mas estava hipnotizado pelos movimentos de Hermione, o que chamou a atenção do seu melhor amigo.
- Ãh?! Ah sim. – Desviou os olhos e encarou Harry que olhava dele para Hermione, sorrindo de um jeito que o incomodou profundamente.
Sacudiu a cabeça, sentindo-se confuso, constrangido e irritado, voltou a erguer sua varinha, mas sentia-se incapaz de executar o mais simples dos feitiços.
Rony ainda não era capaz de nomear ou entender seus sentimentos. Ainda lutava bravamente para convencer-se de que o ciúmes que sentira no ano anterior, ao ver Hermione de braços dados com Krum no baile de inverno, era inteiramente normal, afinal sentia ciúmes de Gina, e ela era sua irmã. Era apenas um instinto de proteção, apenas isso!
No entanto precisava admitir a si mesmo que o ciúmes que sentia de Gina não lhe causava aquela contração engraçada na boca do estômago.
“Vamos lá Ronald, se concentre” ordenou a si mesmo. Mas de repente seus pensamentos estavam povoados com as lembranças de Hermione e Krum dançando e sorrindo um para o outro, sentindo outra contração dolorosa, mas dessa vez no peito, deixou o braço que empunhava a varinha pender ao lado do corpo, convencido de que conjurar um patrono seria terminantemente impossível.
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A manhã do jogo contra sonserina alvoreceu clara e fria.
Quando Harry acordou se deparou com Rony sentando, as pernas para fora da cama, as mãos apoiadas no colchão e o olhar perdido no vazio.
- Você está bem? – indagou Harry um pouco preocupado.
Rony respondeu afirmativamente com a cabeça. Harry reparou que ele estava pálido e com uma expressão que o fazia parecer nauseado.
- Vamos logo, precisamos tomar café antes do jogo – alertou Harry, saltando da cama.
Rony permaneceu calado. Estava nervoso e ansioso. Seria seu primeiro jogo como goleiro oficial da Grifinória; no entanto, se tivesse o mesmo desempenho que vinha tendo nos treinos seria um verdadeiro fiasco. Ele almejara tanto se tornar goleiro da grifinória, entretanto, não tinha mais certeza se havia feito a coisa certa quando resolvera participar dos testes.
Se ele falhasse hoje, Hermione saberia que era um verdadeiro fracassado, que além de pobre e burro era um completo desastre como goleiro. Por mais que ela dissesse que não gostava de Quadribol, sempre mencionava o quanto Krum era bom! Sentindo-se ainda mais nauseado seguiu Harry até o salão principal.
Quando Hermione e Gina chegaram, Harry e Rony já estavam tomando café. Elas se sentaram defronte para eles, ambos usando cachecóis e luvas vermelho e ouro.
- Como é que você está se sentindo? – Perguntou Gina notando a expressão aterrorizada do irmão.
Rony não respondeu, sequer ergueu os olhos do prato.
- Ele só está nervoso, mas assim que comer algo vai se sentir melhor. – Tentou Harry, instigando o amigo a comer alguma coisa, visto que desde que haviam chegado, Rony sequer mexera em seu prato.
- Bem, é um bom sinal, acho que a pessoa nunca se sai muito bem nos exames se não estiver um pouco nervosa.
Rony finalmente ergueu os olhos, fitando Hermione demoradamente. Queria tanto ser bom em alguma coisa para que ela sentisse orgulho dele. Os olhos dela sempre brilhavam de admiração quando referia todas as coisas que Harry já havia feito.
- Olá. - A voz calma e sonhadora de Luna despertou Rony, que maneou a cabeça, deparando-se com o enorme chapéu da garota.
Os demais também pareceram prestar atenção única e exclusivamente no chapéu que Luna usava.
- Estou torcendo para Grifinória. – ela disse feliz, apontando o chapéu em formato de Leão.
Quando todos estavam se encaminhando para o campo, Hermione segurou Rony pelo braço, fazendo-o parar de andar. Ele se virou, encarando-a, parecendo curioso e surpreso.
Hermione tinha as bochechas levemente coradas e parecia terrivelmente envergonhada.
- Er... Boa sorte, Rony. – Ela ficou na ponta dos pés e deu m beijo na bochecha de Rony. – E para você também Harry – obrigou-se a dizer ao notar que o amigo estava parando também esperando por Rony.
Rony levou vários segundos para assimilar o que acabara de acontecer. O toque quente dos lábios de Hermione em contato com sua pele, o deixou momentaneamente sem reação.
Harry olhou para a amiga, notando suas bochechas, agora extremamente coradas. Hermione evitou encará-los, sua atitude impulsiva parecia querer sufocá-la tamanha a vergonha que sentia. Saiu apressada atrás de Gina e Luna, sem olhar para trás.
Harry puxou Rony pelo braço, tentando fazê-lo recobrar a consciência. O ruivo andou lentamente, levando os dedos ao local que Hermione havia beijado, ainda parecendo extremamente aparvalhado e tendo certeza de que na próxima vez que tentasse conjurar um patrono teria a lembrança mais feliz de sua vida para se concentrar.
Com certeza a partir deste beijo no rosto, Ron seria capaz de conjurar patronos suficientes para afugentar um exército de dementadores!!
ResponderExcluirPra mim é um momento especial este quando os patronos se revelam... de algum modo fica claro que eles possuem uma característica romântica e pessoal de cada um... amo o patrono da Hermione ser uma lontra, e o do Ron ser um cachorro arteiro...
E a fic inteira é adorável!! Ron brabinho do início é tão... Ron... *-*
Mil Bjs,
Vivi
Oi!
ResponderExcluirOutro dia mesmo, indo pro trabalho, me lembrei dessa fic. E como ela é linda! Que bom terminar o dia assim!
Adoro o modo como o Rony se sente capaz de conjurar o patrono depois de receber o beijo da Hermione!
Relendo a fic agora me dei conta de uma mensagem importantíssima que ela passa: a felicidade está nos pequenos gestos que, vindos da pessoa certa, serão a força para superar as nossas maiores dificuldades.
Beijos,
Pipoca.
Nossa que fanfic mais linda, totalmente fofa, nossa como amo essa casal e cada pequeno momentos deles, amo essa parte do livro do beijo no rosto. Parabéns você escrever muito bem.
ResponderExcluiracho lindo como essa fic me emociona!!adoro todas as fics que voces escrevem,beijos de uma fã apaixonada!!
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